quarta-feira, 30 de agosto de 2017
O que a Bíblia diz sobre falar em línguas estranhas
Xenolália é a capacidade de falar uma língua estrangeira que o indivíduo desconhece, que não aprendeu nem foi exposto. Xenolália é um termo grego, onde xenos significa "estranho" e lalia "linguagem".
Xenolália é um termo muito ligado à religião Evangélica Pentecostal, uma vez que o termo aparece, de diversas formas, no Novo Testamento, nos livros de (At 2.4-11).
No dia de Pentecostes, pessoas oriundas de várias nacionalidades, judeus e prosélitos, estavam reunidas em Jerusalém para a celebração da festa sagrada do Pentecostes (At 2.5). No momento em que o Senhor derramou o seu Espírito (v.15), a área do Templo estava repleta. As línguas estranhas, como sinal, que os discípulos de Jesus falavam chamaram a atenção da multidão deixando-a perplexa com o fenômeno (At 2.6-12).
Segundo Stanley Horton, xenolalia “é o falar em línguas num idioma conhecido, estranho apenas a quem o fala”. No dia de Pentecostes, os crentes cheios do Espírito Santo falaram num idioma desconhecido para eles, mas, como a cidade de Jerusalém estava repleta de estrangeiros, estes puderam tomar conhecimento da mensagem do Evangelho em sua própria língua. O que vemos em Atos 2 foi uma concessão divina, a fim de que muitos pudessem crer em Jesus e receber a salvação. Foi um sinal para os incrédulos. Foi o batismo com o Espírito Santo acompanhado, simultaneamente, de uma mensagem de salvação. Ainda que raro, este fenômeno repete-se segundo a soberania divina e em momentos em que ele faz-se necessário.
Glossolalia é o ato de falar línguas espirituais, é também conhecida como a língua dos anjos.
O Espírito Santo manifestou-se com sinal, seja com o dom que é uma operação divina encontrada somente a partir de Atos 2. O falar em línguas como sinal do batismo com o Espírito Santo teve o seu início no dia de Pentecostes (At 2.4).
Segundo o pastor Antonio Gilberto “é uma imersão do crente no espiritual e sobrenatural de Deus” (At 1.5).
Se no Antigo Testamento a atuação do Espírito Santo era esporádica e reservada a alguns, atualmente todos os crentes podem e devem buscar o batismo com o Espírito Santo e ao mesmo tempo pelo Espírito falar noutras línguas, pois é uma promessa a todos os salvos em Cristo Jesus (At 1.4; 2.38).
Os dons são distribuídos segundo a vontade e o propósito de Deus. Não depende do querer do homem, mas da soberania divina (1 Co 12.11). Cabe a cada crente buscar com zelo os melhores dons (1 Co 12.31). Você deseja receber os dons espirituais? Então, ore, creia e busque com fervor, pois o Senhor irá conceder-lhos.
O propósito primário deste dom não é edificar coletivamente a igreja, mas o crente de forma individual, oferecendo-lhe a oportunidade de ter um relacionamento maior com Deus (1 Co 14.2,4). Contudo, havendo interpretação (1 Co 14.5), as línguas cumprem a mesma função da profecia e edifica toda a congregação.
A atualidade dessas manifestações é visível na vida de milhares de servos de Deus na experiência bíblica, durante a história da igreja e nos dias atuais, pois, como disse o apóstolo Pedro, “a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.39).
Falar em línguas na história da Igreja:
No ano 54 d.C., em Éfeso, também ocorreu o fenômeno: os crentes ficaram cheios do poder e da plenitude do Espírito Santo, glorificando a Deus em línguas que nunca haviam aprendido (cf. At 19.1-7). Será que o Movimento Pentecostal terminou com esses casos mencionados no Novo Testamento? De maneira nenhuma! Quem lê a história da Igreja verifica que, em tempos de avivamento, o Espírito Santo manifestou-se como nos casos mencionados em Atos dos Apóstolos.
A promessa do revestimento de poder é para os crentes de todas épocas: Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar (At 2.39). Depois de recebê-la, o cristão tem um impulso extraordinário para testemunhar poderosamente a obra de salvação — o sacrifício de Jesus — em toda a Terra! (At 1.8). Como exemplo, nos anos seguintes:
Tertuliano e Irineu (pastores que viveram no segundo século d.C.) declararam que os membros de suas igrejas falavam em novas línguas.
João Crisóstomo (347-407) — bispo de Constantinopla, escreveu que o Batismo no Espírito Santo era acompanhado por este mesmo sinal sobrenatural: falar em línguas! Três membros de sua igreja falaram, pelo Espírito, em persa, em latim e em hindu.
Agostinho (354-430) — bispo de Hipona, no Norte da África, afirmou que as novas línguas estavam em evidencia nos seus dias.
Valdenses e Albigenses (1140-1280 d.C.). Isso no Sul da Europa, em plena Idade Tenebrosa — a Era Medieval. Eles eram dissidentes da Igreja Romana, seguidores dos princípios bíblicos da salvação e da vida cristã em geral. Os historiadores afirmam que entre eles havia manifestações espirituais em línguas estranhas, segundo o Novo Testamento.
Martinho Lutero (1483-1546). Falava em línguas e profetizava, conforme o depoimento histórico do Dr. Jack Deer, eminente professor e historiador batista, do Seminário Teológico de Dallas. Esta informação também é encontrada nas obras: “História da Igreja Alemã”, de Souer (Vol. 3, p. 406), e “Pentecostes para Todos”, de Emílio Conde, p. 88.
Os Anabatistas (1521-1550): Na Alemanha, entre os anabatistas (grupo de crentes que pretendia o retorno ao Cristianismo primitivo, advogava reforma sociais, separação da Igreja do Estado e contestava a validade do batismo infantil; conseguintemente, rebatizava seus seguidores quando adultos e possuidores de plena razão), houve manifestação de línguas estranhas e outorgamento dos dons.
Os Huguenotes (1560-1650). Eram, na França, protestantes dissidentes quanto à forma de governo da época, respeitante à liberdade religiosa. O historiador A. A. Boddy assim escreveu: “Durante a perseguição aos huguenotes, a partir de 1685, havia entre eles os que falavam em línguas, transbordantes de fervor espiritual”.
Os Quakers (1647-1650) e os Shakers (1774-1771). Cristãos organizados em diferentes grupos, no Nordeste da América do Norte, região da Nova Inglaterra, cujos integrantes eram considerados de fanáticos, rígidos, santarrões, extravagantes, os quais foram nomeados “amigos” (os Quakers) e “tremedores” (os Shakers), de fato, recebiam poder do Espírito Santo, falavam línguas estranhas e eram portadores de inúmeros dons espirituais.
O Movimento Pietista. Surgido em 1666, apregoava uma vida santificada — combatendo a hipocrisia de ministros, a embriaguez, a imoralidade, a carnalidade, as controvérsias teológicas. Na cerimônia do partir do pão, eles entravam em êxtase — estado de máxima intensidade emocional, em que a alma parece desligar-se do corpo, perdendo o contato com o mundo sensível: adentrando às dimensões celestiais, daí, falavam línguas de maneira retumbante.
Os Camisardes. Em 1686, crentes que se refugiaram nas montanhas de Cevanes — França, devido às perseguições religiosas, os chamados Camisardes (quer dizer, calvinistas das cavernas, pois eram seguidores da linha teológica de João Calvino), declaravam firmemente ser inspirados pelo Espírito de Deus; por isso, houve abundante graça entre eles, a saber: Em 1700, falavam línguas estranhas; em 1701, o grupo tinha cerca de 200 profetas; em 1702, existiam 8 mil porta-vozes do Senhor, isto é, possuidores do dom de profecia, que profetizaram muitas iminências de fatos desagradáveis para a Europa. De igual modo, crianças de 3 e 4 anos já pregavam a conversão genuína e o arrependimento em bom francês; os próprios infantes, de 4 a 14 anos, se reuniam em vilarejos e cidades fazendo círculos, nos quais falavam línguas, cantavam, oravam, revelavam, apregoavam as Escrituras e exortavam. Entre 1730 e 1733, já eram supreendidos em êxtase espiritual, no qual não só falavam e interpretavam línguas, mas também entendiam, sobrenaturalmente, quaisquer idiomas dos locais onde eram enviados a pregar.
Os Moravianos. Estes são descendentes espirituais de John Huss (morto queimado por causa da doutrina verdadeira), e eram conhecidos como Irmãos Morávios. Tal grupo compreendia cerca de 300 pessoas. Em 16 de julho de 1727, o Espírito Divino irrompeu neles, deste modo, ocorreu operação de maravilhas e todos choraram sem cessar. Fizeram, então, um pacto de se reunirem mais vezes em Hutberg, a fito de orarem e sentirem a mesma graça. No dia 13 de agosto, aconteceu o chamado Pentecoste dos Moravianos. Um dos historiadores descreveu: “Vimos a mão do Senhor e as suas maravilhas, e todos estiveram sob a nuvem de nossos pais, e fomos batizados no Espírito Santo.” Através desse fervor espiritual, o Espírito Santo os enviou como testemunhas de Cristo em todo o mundo! As missões moravianas foram frutos do poder pentecostal! O historiador Dr. Werneck disse: “Esta pequena igreja, em vinte anos, trouxe à existência mais missões evangélicas do que qualquer outro grupo evangélico o fez em dois séculos.”
Metodistas Primitivos. Líder: John Wesley (1703-1791), inglês. O historiador Philip Schaff, na obra “História da Igreja”, edição de 1882, relata que esses metodistas pugnavam por uma vida santa, e muitos tinham dons espirituais e falavam em línguas. O movimento avivalista metodista começou em 1739, em Londres. Foi no Metodismo que teve a maior expressão e vulto o “Movimento da Santidade”, na América do Norte, entre determinadas igrejas tradicionais, após o século XIX, do qual, quase um século depois, surgiu o atual Movimento Pentecostal.
Os Irvingitas. Líder: Edward Irving (1822-1834), presbiteriano, da Igreja Escocesa de Londres. Irving testemunhou, entre outros fatos, que, em 1831, uma irmã solteira falou em línguas no culto de oração.
D.L. Moody (1837-1899), poderoso evangelista e avivalista norte-americano. Acerca de sua marcante cruzada evangelística de Londres, em 1873, escreveu Robert Boyd: “Moody pregou à tarde no auditório da Associação Cristã de Moços, em Suderland. Em pleno culto houve manifestação de línguas estranhas e profecia. O fogo espiritual dominava o ambiente”.
A Rua Azusa. Em 9 de abril de 1906, em Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos, algo alavancou o crescimento do Evangelho na América. Na Rua Azusa, 312, o Pr. William Joseph Seymor e mais sete irmãos de sua igreja, depois de incessantemente buscarem o Batismo no Espírito Santo, foram batizados por Jesus e falaram “noutras línguas”. Foi o estopim para que, nesse antigo armazém, houvesse um grande avivamento nas reuniões: batismos no Espírito, recebimento de dons espirituais, impulsão missionária, milagres, curas, cânticos espirituais, variedade de línguas e interpretação de línguas, fervorosas orações, etc. Os cultos iniciavam às 6h e acabavam à meia-noite! Isso mobilizou a impressa, os mundos secular e religioso, os quais, surpreendidos, iam conhecer o fogo pentecostal! Por consequência, essa chama de poder incinerou as América do Norte, Central e do Sul.
Há inúmeros exemplos em vários pontos do globo terrestre que, ao longo da história, o Espírito Santo foi derramado sobre todos aqueles que perseverantemente O buscaram!
A mundialmente conhecida e respeitada “Encyclopedia Britannica” declara: “A glossolalia [o falar noutras línguas] esteve em evidência em todos os avivamentos da história da Igreja” (Vol. 22, p. 282, ano 1944).
Que venhamos a orar e a buscar o revestimento de poder. Enchei-vos do Espírito.
segunda-feira, 21 de agosto de 2017
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